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O dia que a insegurança fez morada em mim

Pequeno testemunho

Por muito tempo, a insegurança se tornou meu lar. Eu pensava que não podia viver sem ela, era como se a insegurança fizesse parte de mim. Não me recordo muito bem como isso começou, mas sei que foi algo construído ao longo dos anos. 

Eu absorvia palavras negativas, frustrações, me comparava com outras pessoas, o que elas pensavam de mim. E, quando me via diante de um desafio, dizia a mim mesma que não conseguiria…Que eu era fraca demais, inferior, que os outros eram melhores do que eu e tudo mais que você pensar. 

Era mais confortável pensar assim. 

E então a insegurança foi chegando. Ela bateu à porta. Quando a vi pela fenda da porta, ela disse que me entendia e podia oferecer todo conforto para minha alma aflita. “Serei seu refúgio”, ela garantiu “Seremos eu e você”. Eu abri a porta, estava me sentindo tão sozinha… Por que não ter companhia? 

Mas, logo, eu descobriria que o conforto, que ela dizia me dar, estava envolto do medo. Logo, fui abrindo a porta do meu coração para o medo, vícios, autopiedade e solidão. 

A casa ficou cheia. 

Eles estavam em todos os lugares. Faziam festas todos os dias e a casa ficou bagunçada…Tentei manter o lado externo arrumado; pintava as paredes, cercas e regava o jardim. Cada vez que os pedestres perguntavam se eu estava bem, respondia com um sorriso forçado: “Sim, não podia estar melhor!”. Porém, quisessem entrar e conhecer a casa, eu fugia de qualquer convite, dizendo que talvez mais tarde. 

Ai de mim se descobrissem! Então, cheia de temor, construí um muro ao redor da casa, que impedia todos de entrar - e sair.  Me fechei para as pessoas e, quando elas pararam de bater na porta, as culpei e perguntei alto por que não se importavam comigo. 

A autopiedade se juntava comigo nas murmurações; os vícios me mostravam formas de me “auto confortar” enquanto levavam resquícios da minha moralidade; e a insegurança me mantinha nos seus braços a todo tempo, me sufocando, me matando aos poucos. 

Todo sorriso era forçado.

Não havia brilho em meu olhar. 

Pensei em acabar com tudo diversas vezes, mas quando pensava na condenação eterna…continuei sobrevivendo.

Até que ouvi um som do lado de fora. O Senhor bateu na minha porta e perguntou se poderia entrar… Ele disse que queria fazer morada em mim e me levar de volta para casa. Abri a porta sem pensar duas vezes, e me joguei em seus braços pedindo perdão. 

Perdão por insultá-lo, perdão pelos pecados que deixei entrar, por ser pecadora.

Ele me abraçou com carinho e, em seguida, começou a expulsar os temores. Mas, enquanto eles eram expulsos, a insegurança se escondeu na casa.

E por lá ficou. 

Ela aparecia sempre para me instabilizar… Me causar medo e duvidar do amor Dele por mim. A insegurança me fazia duvidar se Ele me amava mesmo. E, por vezes, me escondi com ela no escuro e não deixei que Ele entrasse. 

Errei, tropecei muito. 

Entretanto, o Espírito Santo me chamava com carinho e me trazia para perto. O Senhor foi paciente comigo, mas chegou um tempo que Ele disse que eu deveria expulsar a insegurança. “Ela não é aquilo que quero para você, minha filha”, o meu Pai dizia, “Não foi para isso que você foi feita, que eu te criei”. 

Por que a insegurança é ruim?

Como percebemos, a insegurança nos rouba diversas coisas. Ela rouba nossa capacidade de sentir a dor ou necessidade das pessoas, pois estamos tão presos no nosso eu, que esquecemos de olhar para o outro. Nos rouba a comunhão e unidade com nossos irmãos em Cristo Jesus. O resultado é que nos tornamos egoístas, mergulhados na autopiedade. 

Rouba nossa identidade como filhos.

Ela é um pecado, pois não olhamos para quem Deus é… O inimigo se alegra ao nos vê mergulhados na insegurança, longes do propósito dos céus para nossa vida. E o mesmo Deus que nos criou e diz quem somos, passa despercebido pela voz da insegurança. Não somos feitos para viver na insegurança, mas convidados a descansar no Pai. 

“Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês” 

(1 Pedro 5:7) 


Como vencê-la?

Não vou te dar uma fórmula mágica de como acabar com a insegurança em cinco dias ou um ano, pois ela vai ser algo constante em nossa vida. É impossível não nos sentirmos algum dia inseguros. E, sabe, estou aprendendo, dia após dia, que a insegurança pode bater na nossa porta, mas temos a decisão de abrir a porta ou pedir ajuda ao Abba. Não conseguimos vencer a insegurança sem Ele. Sendo assim, aqui vão algumas resoluções práticas: 

1) Descanse no Senhor: como disse meu pastor, o descanso não é um lugar físico. É a confiança plena que o Senhor tem o controle de todas as coisas e, assim, podemos descansar Nele. É Ele que nos capacita e, por meio Dele, que vem a provisão. Peça que o Senhor o ajude a enxergar-se como Ele o vê, mergulhe no amor Dele por você. Se esforce para conhecê-lo…Pare de fugir do amor Dele por você (você não nasceu para isso). Saia do raso, meu amigo!

“Ele pode resolver”

2) Repreenda os pensamentos intrusivos: a boca tem poder de trazer vida ou destruição (Jeremias 1:9-10). Então, ao invés de concordar com tudo que o inimigo diz, por que não declarar a Palavra na sua vida? Procure meditar e diga em voz alta alguns versículos que apontam isso, como Salmos 139. 

3) Procure ajuda, cerque-se de pessoas “melhores que você”: reconheça que você precisa de ajuda. Procure se envolver com pessoas que te tirem de sua zona de conforto e te levem para mais perto do Abba. “Mas eu não consigo ou não conheço ninguém da minha igreja!”, pois bem, ore e peça ao Espírito Santo para te guiar até essas pessoas. E dando um pequeno testemunho; entrei em uma igreja acolhedora e cheia de Deus, mas me fechei, ficando quase dois anos sem conhecer ninguém. O Senhor começou a me incomodar a sair da zona de conforto e, atualmente, estou procurando fazer isso. Orei pedindo para Ele me guiar e, pela graça do bom Deus, eu e meu irmão entramos em uma “célula” com líderes, jovens abençoados e cheios de fogo! Como sou grata! Eita, glória!


Na última reunião que estive com eles, senti o Espírito Santo dizer que ali era um lugar seguro para eu me abrir. 

4) Pare de se comparar: além de ser um pecado e ingratidão, você atrasa o processo que Ele tem para sua vida. Não olhe para o lado para dizer: “Mas fulana tá tão na minha frente. Ela se envolve com as pessoas e parece tão legal.” Por favor, pare com isso. Entenda, o processo de cada um é diferente. Olhe para o quê o Senhor te deu e o glorifique por isso. E se for olhar para vida do outro, que seja para louvar a Deus.

Com isso, finalizo esta mensagem. Não quero que olhe para isso e diga que é demais para você! Ou se entristeça. Quando estava escrevendo isso, vi que muitas palavras foram para mim também. Tenho muita coisa para melhorar, você não sabe quanto! Mas, se eu ficar tão focada nisso, vou enlouquecer (rsrs). Sair da zona de conforto é duplamente mais desconfortável para quem viveu na insegurança, como disse uma amiga minha, e requer esforço. Às vezes, queremos nos fechar…Mas somos convidados a nos abrir e sermos vulneráveis, porque temos alguém que cuida de nós, que quer nos ajudar e nos ama. 

Então saiba, nós estamos fadados a errar, mas minha oração é que nos movamos em fé naquele que cuida de nós. Que possamos olhar para Ele e crer nas suas palavras e, assim, viver uma vida plena, revelando o caráter de Deus ao mundo.  


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